quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"Só se ama o que não se possui completamente." - Proust



Eu acho que estou me repetindo... depois que você partiu eu tenho vivido de uma forma diferente, quando penso em nós e no que vivemos eu sinto um misto de saudade e alivio!
Eu gosto de você, eu quero você aqui do meu lado, me olhando nos olhos... dentro de mim! Todos os meus últimos textos são escritos para você... e por isso sinto que estou me repetindo! Meu amor, eu não quero deixar de escrever para você. Mas quero que você saiba que quando te escrevo eu não tenho esperança de nada, meus escritos (melosos ou não), são criados para desopilar o fígado, desabafar meu coração, extrair essa dor de minha garganta... eu te escrevo porque as palavras são pensamentos suplicantes... elas me enlouquecem, não me deixam em paz! Nem mesmo quando estou dormindo!elas querem te dizer muitas coisas, tantas coisas, coisas e mais coisas...

Depois da sua ultima foto eu retornei ao “nosso livro” e resolvi transcrever o texto dele porque eu não teria como ser mais precisa e poética que Exupéry:

“Assim eu comecei a compreender, pouco a pouco, meu pequeno principezinho, a tua vidinha melancólica. Muito tempo não tiveste outra distração que a doçura do pôr-do-sol...”.

- Gosto muito do pôr-do-sol. Vamos ver um...

O Principezinho do seu planeta podia admirar quantos pores-sol ele desejasse, bastava apenas recuar um pouco a cadeira. E contemplavas o crepúsculo todas as vezes que desejasse...

- Um dia eu vi o sol se pôr quarenta e três vezes...

E um pouco mais tarde acrescentaste:

- Quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol...
- Estavas tão triste assim no dia dos quarenta e três?

Mas o principezinho não respondeu...”
...

Eu também posso admirar sua foto quarenta e três vezes, se é que já não o fiz...

Eu sei que você tinha que partir, meu benzinho... eu sei que eu ficaria sem tuas mãos na madrugada... que teria que buscar outros afagos, outras mãos para acariciar a minha pele, outras salivas para umedecer minha boca...

Mas você fica, porque todas às vezes que eu escutar o som do sol se pondo eu lembrarei da sua ausência e você por um segundo que seja estará em mim. Quando ouvir o canto dos pássaros, também cantarei junto entoando para você uma canção. Vinicius dizia que o homem tinha que sentir um (grande) amor por alguém, ou então deveria sentir muita falta de não ter esse alguém... esse amor...

Eu estou me repetindo...
A paixão deixa a gente meio bobo, aliado então à saudade (vixe!) ficamos fadados a uma eterna melosidade, um olhar meio entristecido e o coraçãozinho sempre apertado... e é daí que vem a repetição...


Se você diz que somos parecidos então sei que também sentes o que sinto e que em cada canção que você toque eu estarei também cantando, em cada gesto seu, em cada palavra que você pronuncie, eu estarei sempre, presente... mas sabemos que temos que partir, e assim sendo... vamos ficar bem, né?

Dizem que as mesmas mãos que afagam...

Eu te amo!
E todas as vezes que sentir um aperto no coração e meu nariz ficar vermelho...
Seu passarinho irá contemplar um pôr-do-sol (ou uma foto)...
E dizer baixinho:

- Eu te amo...
- Eu te amo...
- Eu te amo...

E depois balbuciar seu nome.

Foto: Almir Jr.

2 comentários:

Ramon de Alencar disse...

...
-Tua história de amor é bela...pois o amor em si se basta, se nasce, se acaba, e renasce... se posssui e se deixa ser possuido, vem para perto, e depois vai para longe...
E o que importa, não é ter começado, continuado, ou acabado... o que importa é ter tido.
A vida é ainda muito maior nesse continuar de cada dia...

tudo passa disse...

é linda a forma com que transparece o que sente, só quem ja passou por isso sabe como é.
espero que fique bem


=]