sábado, 9 de fevereiro de 2008

Os amantes



Toca o telefone... atendo... depois de escutar, de responder (ainda que monossilábica) penso em minha vida! Eu posso sim voltar a te amar... tenho dúvidas se todos os amores não são mesmo iguais... sabor, cheiro, gozo, perdição, lembrança...

Posso sim voltar a te desejar, tentar refazer minhas contas... Contar-te novas estórias, te fazer rir, te seduzir, maltratar, deixar-te louco, entontecido a me procurar pelas ruas, pelos bares, pelos braços... Mas lhe trazer a serenidade!

Eu posso voltar porque sou e serei sempre livre... por isso que amo tanto, que choro, que me desespero, só por isso eu consigo “entrar e sair” a qualquer instante, mesmo ainda estando, mesmo ainda sendo, mesmo ainda inebriada! Não temo a noite, não temo a solidão...

Você sabe quais são os meus temores:

- Temo as paredes e as janelas sufocantes!
- Os pedidos suplicantes!
- As artimanhas da clausura!
- O “estarei sempre aqui”!
- Os...

Eu não temo correntezas! Nado (mesmo com pânico e sem saber) até o fundo, contra a corrente...e se preciso for afogo-me nos braços de Yemanjá!

Eu posso voltar a te desejar, sim posso relembrar nosso passado, seus olhos, Trancoso, sua calma eterna, sua complacência, seu beijo, seu sexo, seu eterno amor aconchegante.

Só é preciso ter um pouco de calma...
Deixar que o Pequeno Príncipe desapareça!
Que a gente arranje um novo planeta.
Não tente entender o nexo.
Vou perambular na rua,
Sofrer de melancolia,
Derramar lágrimas ao vento...
Me sentir perdida novamente,
Carente,
Sozinha...
A tática não é essa?
Saber esperar o momento certo?
Então... tenha um pouco mais de paciência,
E logo, logo sua flor volta a ficar em paz,
Retoma a trilha,
É só o tempo de respirar,
Flexionar as pernas...
Mexer um pouco a cabeça.
E meu bichinho...
Você ao telefone está cercado de coisas,
De luzes, de holofotes, de câmeras e cinema...
Porém sua pequena sofre de melancolia, passa seus dias solitários,
Rememorando sobre um Pequeno que parece que já partiu e só eu ainda não entendi!
Você sabe que sou bobinha as vezes...
Eu posso sim voltar a te amar...
E novamente navegarmos dentro dos verdes dos nossos olhos!

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