domingo, 18 de janeiro de 2009

Vamos fazer de conta que nada passou,
Que lá fora está uma nuvem quase chuvosa,
Que seu coração bate serenamente sobre um travesseiro de plumas ao lado de um corpo branco sem marquinhas...
Vamos fazer de conta que eu sou uma borboleta que pode desaparecer do universo em menos de um dia,
Que você até poderia ser o casulo, mas que também pode ser o firmamento,
Vamos fazer de conta que eu escuto o que seus lábios querem verdadeiramente dizer, sem plágios, sem revolta, sem jogo e nem fúria.
Fazer de conta que eu não sou essa mulher medrosa, com medo da vida, dos homens, de perder novamente quem ama...
Vamos fazer de conta, que contamos tudo um para o outro.

Que aceito ser mãe também... mesmo cambaleante,
Fazer de conta que você escuta o que queres ouvir de mim,
Vamos fazer e contar,
Porque é tudo muito efêmero
E podemos fazer de conta que nada aconteceu,
E um novo começo colorir nossas almas afoitas e aflitas.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Eu poderia mergulhar mais fundo...
Descer ainda que ultrapasse o asfalto mais duro...
Mergulhar dentro de um furacão,
Poderia sem pestanejar encarar seu rosto cínico, e o cinismo é algo que me irrita profundamente... embora saiba que o cinismo é apenas uma máscara para esconder o cachorrinho medroso que vive em você.

Eu caminho pela estrada sem nenhum argumento além da certeza que encontrarei uma outra estrada e mais outra e outra mais além
Eu só caminho...
Eu caminho...
Se não olho para os lados é porque eu mesma sou o caminho.
Sigo assim com meus olhos de ressaca...
Olhos oblíquos de cigana dissimulada!