terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A droga e a abstinência


Por que eu escrevo?
Porque tudo o que existe em mim quer ganhar vida...
E as palavras mais humildes,
Não sonham em subir aos palcos e receber aplausos.
Contentam-se (e são felizes!) em virar escritos
Serem lidas por olhos atentos
Hoje...
Em especial ele (o escrito) quer ser lido
Por um par de olhos azuis...

Não sei porque isso acontece mas acontece e independe de mim.
Lembro-me ainda de ti,
Ontem sonhei... revivi coisas...
E um aperto no meu peito também existe independente de mim...
Nosso silencio velado,
Acordado.

Meu amor, Afrodite continua mexendo os pauzinhos...
Pior... muito pior...
Ela os enfia em meu coraçãozinho sonhador como se fossem canivetes...
E malvadamente os empurram devagar, mexe, gira lentamente... enfia-os mais um pouco e quando eu penso que ela está satisfeita...
Nada! Recomeça todo o processo devagar, sangrando ainda mais...
É uma dor muito aguda, latente...
A dor do não vivido
Do sonho perdido!
Estúpida droga chamada AMOR...
E esse mar parado.
Essa canção no mp4...
Esse aroma no quarto
O cheiro em minhas mãos (também ficaram, porque são realmente parecidos)
Estou a vagar...
Noites, outras bocas, loucuras, lacunas...
Manhãs, presságios, saudade, saudade, saudade...
Se não vistes para ficar
Por que chegastes?
Eu não tenho medo do escuro, nem de silêncio, nem de ventania, quase nãotenho medos!
Só não me resta tanto tempo... talvez!
Eu tenho lágrimas que se transformam em textos...
Eu tenho um buraco aqui dentro: onde toca essa canção repetitiva...
Eu tenho um milhão de possibilidades.
E um amor perdido!

Obra: Auguste Rodin, The Metamorphos

2 comentários:

Muadiê Maria disse...

Maravilhosa droga chamada amor, que produz até textos como este.
Um beijo, querida. Fico muito contente quando visita meu blog.
Martha

J.Jr. disse...

Lindo post, você nao devia parar de escrever! Suas palavras são mágicas... De uma doçura que homem nenhum talvez mereça senti-lo! Parabéns pelo blog.