Entrelinhas
Queria me vestir de brisa,
Vagar no tempo
Revelar mistérios
Decifrar-me,
Não ser tão frágil (nem
fingir não ser)
Invoco você, e seu corpo,
Meu menino,
Porque durante muito tempo
procurei minhas pétalas,
Minhas rosas, e meu jardim
de ilusões.
Escondendo sentimentos,
Me esquivando detrás dos
caules firmes,
Eu não era firme, só os
caules no qual me apoiava.
E hoje, você passeia nos
meus sonhos,
Brinca com minhas flores,
Amarelas.
Vaga solitário
E embriagado em música nas
noites sem ensaio,
De improviso, o amor
nascendo e crescendo tão depressa que mal cabe dentro do quarto, de gemidos abafados...
Talvez parta depressa,
E esqueça meu rosto, e eu o
seu cheiro
Mas, se existe música, fica,
Sua solidão é minha solidão
também,
Guiando meus dedos tortos,
Levando-me aos labirintos.
Sei a dor da ausência,
Da marca deixada no peito
esquerdo,
Fundido em brasa, queimando,
Sei o poder do som
perpetuado na memória,
E do silêncio em forma de
pausa,
Que canta nas entrelinhas,
Um beijo sentido,
Que falta.
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