quarta-feira, 2 de maio de 2012

As vezes pensamos, e não falamos. As vezes falamos e nada dizemos, enrolamos, escondemos. E lá no nosso íntimo fica a sensação de tristeza, de incertezas. Talvez pelo que se deixou de fazer (ou dizer). Debruço-me sobre as janelas, navego em meus pensamentos, pergunto as nuvens de onde vens, se vens... E não encontro resposta, o tempo voa, só ouço ecos lá fora. Um eco febril, contaminado pelo tempo dos homens, que corre circular como o relógio, e que nem o pulso pulsando consegue reverter ou modificá-lo. Me recordo vagamente de um acorde, ou seria um trecho de poema, seu? Inútil procurar o que poderia ter sido eterno, inútil. Por isso vago no meu tempo, estranho, e meu . Talvez quem sabe escreva uma história que contenha fragmentos desses nossos momentos, de suas histórias tristes e da minha melancolia escondida atrás do sorriso, ou das canções que canto. Assim, lembraremos que o tempo passou, correu como um louco procurando desvendar esses enlaces de vidas, essas quimeras, esse mistério que é o amor ou a morte. Essa mulher de braços cruzados, adulta, escondendo os dedos, as mãos... Os sentimentos e roendo as unhas...

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