segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Venha

“Venha para perto, Ulisses, venha para perto...“
E quando minhas mãos te tocarem
Farei com que tudo seja percebido,
Mesmo que você se assuste com meu corpo de pássaro,
Minha voz doce te acalmará...
Ulisses, não tema as sereias,
Só elas podem te ajudar a acordar para o verdadeiro prazer...
Esqueça as mãos do passado,
E uma nova canção balbuciarei em seus ouvidos.
Ulisses, Ulisses...
Venha para perto.
Não caminhe para os Sertões alheios,
Não vague entre outras pernas,
Não esmoreça em sua caminhada.
Se escutar meu canto,
Prometo levá-lo por uma estrada sem volta,
Você acordará louco, numa loucura em Circe.
Não se prenda ao mastro, ou navegue em outros rios,
“Venha para perto, Ulisses, venha para perto...“
Ainda que se amarre, ainda que vague,
Sua perdição é uma sereia,
E é em minhas mãos que acordarás sonâmbulo...

2 comentários:

Ramon de Alencar disse...

...
-Isso foi uma Ode!

Muito bem escrito, com cara de cântico mesmo. Adorei!!!

Thalita Castello Branco Fontenele disse...

É desfazendo e refazendo as tranças no enquanto que continuamos nesse chamado rouco... por vezes em vão... daqueles que quando voltarem não mais serão os mesmos. Mesmo assim seguimos.