quinta-feira, 21 de junho de 2007

A mulher de braços cruzados

As vezes pensamos, e não falamos.
As vezes falamos e nada dizemos, enrolamos, escondemos.
E lá no nosso íntimo fica a sensação de tristeza, de incertezas.
Talvez pelo que se deixou de fazer (ou dizer).

Debruço-me sobre as janelas, navego em meus pensamentos pergunto as nuvens de onde vens, se vens...
E não encontro resposta, o tempo voa, só ouço ecos lá fora.
Um eco febril, contaminado pelo tempo dos homens, que corre circular como o relógio, e que nem o pulso pulsando consegue reverter ou modificá-lo.

Me recordo vagamente de um acorde, ou seria um trecho de poema, seu?
Inútil procurar o que poderia ter sido eterno, inútil.
Por isso vago no meu tempo, estranho, e meu .
Talvez quem sabe escreva uma estória que contenha fragmentos desses nossos momentos, de suas histórias tristes e da minha melancolia escondida atrás do sorriso, ou das canções que canto.
Assim, lembraremos que o tempo passou, correu como um louco procurando desvendar esses enlaces de vidas, essas quimeras, esse mistério que é o amor ou a morte.

Essa mulher de braços cruzados, escondendo os dedos, as mãos...
Os sentimentos.

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