terça-feira, 15 de julho de 2008


Eu não sou uma borboleta, embora às vezes finja ser e aja como se realmente fosse uma... daquelas bem bonitas, sobrancelhas alteradas, corpo esguio, assas enormes e de cores variadas... e a mais bela de todas... porque se percebe a mais bela apenas por se borboleta e nada mais...

Não sou borboleta... descobri isso na terça-feira passada...

Se realmente fosse uma borboleta veria minhas companheiras partirem e não sofreria ou se sofresse prosseguiria a vida, afinal a minha também já estaria tão perto do fim quanto o da minha amiga que já havia partido.

Não sou borboleta porque reflito sem parar na morte do corpo e antes mesmo de me dar conta meus olhos já estão tão repletos dágua como um rio que corre desenfreado, seguindo seu curso, sua trajetória... porém, também não sou rio e por isso mesmo deveria conter minhas águas como se fosse uma represa, paciente, estagnada e sem rumo...

Eu não tenho palavras, escrevo apenas para dizer que queria ser borboleta e que meu corpo nem precisaria ser muito colorido... bastava que fosse todo amarelo... eu queria ser borboleta amarela, pois assim seria filha do sol e nasceria alegre pela manhã e viveria uma vida efêmera... Alimentaria-me de odores de flores, de pólen, de orvalhos e também de pôr-do-sol... seria eu uma pequenina do espaço, saberia voar, saberia amar melhor (porque seria incondicional) e não sofreria com a morte de minha amiga florzinha... porque saberia que a morte é apenas o recomeço... o começo para um caminho de novas flores e cores... o começo de um amarelo mais intenso!

Um comentário:

Ramon de Alencar disse...

...
-Borboleta sim, ainda que humana... Humana sim, ainda que borboleta...